Compreender a política externa francesa é essencial não apenas para entender o papel da França no cenário internacional, mas também para compreender os desenvolvimentos globais e as relações entre os Estados. Pensando nisso, a ESRI indica livros obras que oferecem uma visão cativante e perspicaz sobre os acontecimentos emoldaram o destino da história e da política da França.
Como uma das potências históricas e membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU, a França desempenha um papel significativo na formulação e implementação de políticas globais, desde questões de segurança e defesa até comércio internacional, direitos humanos e mudanças climáticas. Além disso, a política externa francesa reflete as prioridades nacionais, os valores culturais e as estratégias diplomáticas que moldam não apenas suas relações bilaterais, mas também a dinâmica geopolítica em todo o mundo.
Da Revolução Francesa ao papel da França no cenário internacional contemporâneo, cada livro selecionado nos convida a explorar diferentes aspectos da rica história e complexa política francesa. Prepare-se para descobrir narrativas envolventes, análises que prometem enriquecer sua compreensão desse país tão importante para o panorama mundial.
Conteúdo
1) A History of France
Por John Julius Norwich
John Julius Norwich, reconhecido por sua maestria na narrativa histórica, apresenta seu tão esperado livro “Uma História da França”, que aborda os últimos dois séculos do país que ele tanto admira. Ao traçar a história desde a conquista da Gália por Júlio César até os eventos marcantes como a Revolução Francesa, a tomada da Bastilha e o fim da Segunda Guerra Mundial, Norwich nos transporta por uma narrativa envolvente e repleta de personagens lendários como Carlomagno, Luís XIV e Napoleão. Com um estilo cativante e detalhes precisos, Norwich nos conduz por uma jornada histórica marcada por heróis, vilões, batalhas e revoluções, revelando seu profundo amor pela França e sua habilidade ímpar como historiador contemporâneo.
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2) Revolução Francesa e Iluminismo
Por Jorge Grespan
Este livro desafia noções arraigadas e mal-entendidos sobre um dos capítulos mais importantes da história da humanidade, sem comprometer a diversidade de interpretações possíveis. O autor adota uma abordagem integrada entre pensamento e ação, rejeitando a visão de que o Iluminismo foi meramente teórico e a Revolução apenas uma consequência prática.
Ele argumenta que o “Espírito das Luzes” já refletia um processo revolucionário, exemplificado pela Inglaterra no século XVII, e que a Revolução Francesa não apenas concretizou ideais filosóficos, mas também contribuiu para a evolução teórica do Iluminismo. Este texto, fluente e crítico, substitui conceitos inflexíveis que costumam enquadrar o assunto, refletindo a própria essência do livro: uma insatisfação histórica com ideias consagradas e uma desconfiança rigorosa em relação às unanimidades.
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3) 1789: O surgimento da Revolução Francesa
Por Georges Lefebvre
Lançado em 1939, no ano do sesquicentenário da Revolução Francesa e pouco antes do início da Segunda Guerra Mundial, “1789: O Surgimento da Revolução Francesa” aborda o movimento revolucionário através das perspectivas dos diferentes grupos sociais e políticos que o compuseram. Georges Lefebvre, embasado em extensa pesquisa documental, desenvolve sua teoria das quatro revoluções – aristocrática, burguesa, popular e camponesa – mostrando como elas se entrelaçaram para eliminar privilégios e desigualdades civis.
A última seção do livro explora a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, identificada pelo autor como o legado central da Revolução Francesa, que ecoou na elaboração da Declaração Universal dos Direitos Humanos em 1948. Devido ao seu conteúdo provocativo, o livro foi proibido na França pelo governo de Vichy, que ordenou a destruição de milhares de exemplares, só voltando a circular na década de 1970. No Brasil, foi publicado pela primeira vez em 1989, e sua reedição agora serve como um lembrete de que os ideais de Liberdade, Igualdade e Fraternidade continuam sendo objetivos a serem buscados incansavelmente.
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4) Política Cultural e Classe na Revolução Francesa
Por Lynn Hun
Quando Lynn Hunt publicou este estudo em 1984, a discussão sobre a Revolução Francesa estava polarizada em três abordagens principais: a marxista, interessada na análise da emergência de uma nova classe e suas implicações contemporâneas; a revisora, que contestava a existência de uma nova classe, argumentando que houve uma integração da burguesia à elite; e a visão tocquevilliana, que enaltecia a centralização do Estado promovida pela Revolução. No entanto, a autora argumenta que todas essas perspectivas falham em considerar a experiência vivida durante o período revolucionário e, mais especificamente, a dinâmica política que ocorreu durante o processo.
Hunt destaca que a Revolução Francesa deu origem a uma cultura política, caracterizada por seus próprios valores, expectativas e normas implícitas. Ao analisar o impacto desse novo conjunto de ideias no contexto da Revolução, em vez de apenas examinar suas consequências modernas, ela lança uma nova luz sobre esse período histórico, destacando a política como parte integrante da cultura e demonstrando como a cultura desempenhou um papel crucial na mediação das relações sociais durante esse período tumultuado.
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5) Politicídio – O assassinato da política na filosofia francesa
Por Luuk van Middelaar
O livro explora principalmente a influência significativa do pensador marxista russo Alexandre Kojève sobre toda uma geração de intelectuais franceses, incluindo Maurice Merleau-Ponty, Raymond Aron, Georges Bataille, Jacques Lacan, Raymond Queneau e André Breton, durante a década de 1930, quando assistiam às suas palestras sobre a Fenomenologia do Espírito de Hegel na École Practique dês Hautes Études em Paris.
Kojève é reconhecido como o precursor do conceito do “fim da história”, mais tarde popularizado por Francis Fukuyama após a queda do Muro de Berlim em 1989. Ele desenvolveu essa ideia a partir da dialética do senhor e do servo de Hegel, sugerindo que todos os conflitos políticos cessariam quando a humanidade alcançasse uma consciência plena. No entanto, Kojève vislumbrava a necessidade de um Estado mesmo após o fim da história, e dentro do contexto marxista, esse Estado teria a responsabilidade pela “administração das coisas”. A concepção desse “Estado Universal e Homogêneo”, marcado pela completa satisfação de seus cidadãos, implicaria no fim da política como meio de expressão das aspirações e necessidades humanas.
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