O que é a ONU?
A ONU é uma organização internacional de alcance global e com diferentes agências. A criação da Organização das Nações Unidas aconteceu em 24 de outubro de 1945, data qual se comemora o Dia das Nações Unidas, representou um marco na história contemporânea, estabelecendo uma nova ordem mundial pós-Segunda Guerra Mundial. Surgindo das cinzas de um conflito que devastou grande parte da Europa, Ásia e além, a ONU foi concebida com o intuito de prevenir futuras guerras, promover a paz e a cooperação internacional, assim como fomentar o desenvolvimento socioeconômico e a proteção dos direitos humanos.
O termo “Nações Unidas”, idealizado pelo então presidente americano Franklin D. Roosevelt, simboliza a união dos países aliados contra as Potências do Eixo. A expressão foi usada oficialmente pela primeira vez na Declaração das Nações Unidas de 1º de janeiro de 1942, um compromisso de 26 nações aliadas para continuar lutando juntas contra as Potências do Eixo.
A fundação da ONU foi resultado de deliberações detalhadas que ocorreram durante a Conferência das Nações Unidas sobre Organização Internacional, realizada em São Francisco, de abril a junho de 1945. Este encontro histórico resultou na Carta das Nações Unidas, um documento constitutivo que estabeleceu os princípios e a estrutura da ONU, sendo assinado inicialmente por 50 países. A Polônia, ausente na conferência devido às complicações geopolíticas do pós-guerra, juntou-se logo após como o 51º Estado fundador.
A criação da ONU não foi apenas uma resposta direta às atrocidades e à devastação da Segunda Guerra Mundial, mas também um esforço para superar as falhas da Liga das Nações, a primeira tentativa de criar uma organização internacional dedicada à manutenção da paz e segurança globais. Ao contrário de sua predecessora, a ONU foi dotada de uma estrutura mais robusta e de mecanismos de ação mais eficazes, como o Conselho de Segurança, com poderes para tomar decisões vinculantes e autorizar o uso da força para garantir a paz.
Além do foco na paz e segurança internacionais, a ONU ampliou seu escopo para incluir a promoção do desenvolvimento econômico e social, a proteção dos direitos humanos e a promoção da justiça e do direito internacional. Com o tempo, a organização cresceu para incluir agências especializadas como a UNESCO, a OMS e o PNUD, refletindo a sua abordagem holística para enfrentar os desafios globais.
A Sede da ONU e Sua Arquitetura
A sede das Nações Unidas, situada às margens do East River, em Nova York, é mais do que apenas um marco arquitetônico; é um emblema dos esforços globais em busca de paz e colaboração entre as nações. Ao contrário do que muitos pensam, a concepção desse icônico complexo não pode ser creditada exclusivamente a Oscar Niemeyer ou Le Corbusier, apesar de ambos terem desempenhado papéis significativos no processo.
A verdadeira génese do design da sede da ONU vem do trabalho conjunto do Board of Design, um comitê internacional de arquitetos que reunia figuras de destaque como Niemeyer e Le Corbusier, entre outros. Essa equipe colaborativa foi responsável por moldar os conceitos que dariam vida ao complexo, optando por um estilo que personifica os ideais de transparência e abertura.
A escolha por um design que simboliza esses valores não foi acidental, mas uma tentativa deliberada de encapsular os princípios fundamentais da ONU: a promoção do diálogo, da cooperação e do entendimento mútuo entre os países. A arquitetura da sede, portanto, serve não apenas como um espaço para reuniões e discussões diplomáticas, mas também como uma representação física dos ideais que a organização aspira promover globalmente.
O edifício principal, com sua fachada de vidro, oferece uma metáfora visual para a transparência e a abertura nas relações internacionais, enquanto o layout aberto do complexo encoraja a interação e a colaboração entre os membros. Desse modo, a arquitetura da sede da ONU transcende sua função prática, atuando como um lembrete constante dos objetivos maiores de paz e união que a organização se esforça para alcançar.
Tradicional Discurso de Abertura da ONU
O Brasil desempenha um papel singular na Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU) ao realizar tradicionalmente o discurso de abertura de cada sessão, um costume que ocorre desde a segunda Assembleia Geral em 1947. Essa prática, embora não esteja formalizada em nenhuma regra escrita da ONU, consolidou-se ao longo dos anos como uma tradição respeitada e esperada.
Existem várias teorias que tentam explicar a origem dessa tradição, refletindo diferentes graus de credibilidade e aceitação:
- Origem Acidental: Sugere que a prática começou por acaso quando o Ministro das Relações Exteriores do Brasil discursou primeiro em 1947, repetindo-se nos anos seguintes e estabelecendo uma tradição.
- Neutralidade Premiada: Considera a posição de neutralidade do Brasil entre as potências vencedoras da Segunda Guerra Mundial (Estados Unidos e União Soviética), o que teria facilitado o estabelecimento do país como um terceiro ator geopolítico relevante na ONU.
- Prêmio de Consolação: Relaciona a prática ao anseio histórico do Brasil por um assento permanente no Conselho de Segurança da ONU, interpretando o discurso de abertura como uma compensação pela não obtenção dessa posição.
- Membro Fundador da ONU: Argumenta que o Brasil, sendo um dos países fundadores da ONU, teria adquirido o direito de abrir as Assembleias Gerais. Contudo, essa teoria é enfraquecida pelo fato de que outros 49 países também foram signatários fundadores.
- Voluntarismo Brasileiro: Sugerindo que o Brasil assumiu voluntariamente o papel de primeiro orador nas primeiras Assembleias Gerais e, após isso, tal prática se tornou um costume.
Independentemente da origem exata, o discurso de abertura realizado pelo Brasil na Assembleia Geral da ONU é um momento significativo que destaca a importância do país no cenário internacional. Ele reflete o reconhecimento do Brasil como um ator global relevante e sua contínua contribuição para o diálogo e a cooperação internacionais. Este momento permite ao Brasil expressar suas perspectivas e prioridades em assuntos globais, reafirmando seu compromisso com os princípios e objetivos da ONU.
A Bandeira da ONU
A bandeira da Organização das Nações Unidas (ONU), oficialmente adotada em 20 de outubro de 1947, dois anos após a fundação da organização, carrega em si profundos significados e aspirações globais. Representa mais do que a identidade visual da ONU; é um símbolo potente de unidade e esperança no ideal coletivo de paz, segurança e cooperação entre as nações do mundo.
O design central da bandeira apresenta um mapa do mundo visto de cima do Polo Norte, englobando todos os continentes e países sem distinção, reforçando a visão da ONU de universalidade e inclusão global. Esta representação geográfica destaca o compromisso da organização com todos os povos e nações da Terra, reconhecendo a importância de cada um na construção de um futuro pacífico e sustentável. A escolha de uma perspectiva polar, evitando a centralização de qualquer continente ou nação, simboliza a imparcialidade e o tratamento igualitário que a ONU aspira a oferecer a todos os seus membros.
Idiomas Oficiais da ONU
Os seis idiomas oficiais da ONU — árabe, chinês, espanhol, francês, inglês e russo — demonstram o compromisso da organização com a diversidade e a inclusão. Cada idioma representa um bloco linguístico significativo do mundo, assegurando que as discussões e decisões tomadas sejam acessíveis a uma vasta audiência global.
Estados-membros e o Conselho de Segurança
Com 193 Estados-membros, a ONU abrange quase todos os países soberanos do mundo. O Conselho de Segurança, com seus 15 membros, incluindo 5 permanentes com poder de veto, é responsável pela manutenção da paz e segurança internacionais. O Brasil, como um dos membros não permanentes, demonstra sua ativa participação nos assuntos globais e sua aspiração de se tornar um membro permanente reflete seu compromisso contínuo com a governança global.
Outras sobre a ONU
Missões de Paz: Desde sua fundação, a ONU liderou mais de 70 operações de manutenção da paz em todo o mundo, demonstrando seu comprometimento com a resolução de conflitos e a promoção da paz.
Prêmio Nobel da Paz: A ONU e suas diversas agências foram laureadas com o Prêmio Nobel da Paz várias vezes, reconhecendo seus esforços para combater a fome, promover a paz e aumentar a qualidade de vida em todo o mundo.
Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS): Em 2015, a ONU lançou os 17 ODS, que são um apelo global à ação para erradicar a pobreza, proteger o meio ambiente e garantir que todas as pessoas desfrutem de paz e prosperidade até 2030.
A Declaração Universal dos Direitos Humanos: Adotada em 1948, esta declaração é um documento fundamental que estabelece os direitos humanos básicos que devem ser universalmente protegidos, representando um marco significativo na história dos direitos humanos.
Reformas e Críticas: A ONU tem enfrentado críticas e chamados para reformas, especialmente no que diz respeito à representação no Conselho de Segurança e à eficácia de suas operações de manutenção da paz. Essas discussões destacam a necessidade contínua de adaptação e melhoria para enfrentar os desafios globais do século 21.
A ONU, com suas complexidades, conquistas e desafios, continua a ser uma força vital na promoção da cooperação internacional e na busca da paz mundial. Seu papel e impacto evoluem à medida que enfrenta novos desafios globais, reafirmando a importância de uma governança global inclusiva e eficaz.
Curso de Direitos Humanos
A ESRI desenvolvou o curso de Direitos Humanos que aborda os fundamentos e os desafios dos direitos humanos, alinhado com a visão e os valores da Declaração Universal dos Direitos Humanos da ONU.