O que é Advocacy? Entenda a profissão em 2026

No cenário dinâmico das relações internacionais e dos negócios internacionais, advocacy tornou-se uma das ferramentas mais estratégicas para gerar impacto real em políticas públicas, regulamentações e agendas sociais. Mas afinal, o que é advocacy; e por que sua importância só cresce?

De forma simples, advocacy é o ato de defender, apoiar ou recomendar publicamente uma causa, política ou interesse legítimo. Muito além de um conceito teórico, trata-se de uma prática concreta utilizada por organizações da sociedade civil, empresas, movimentos sociais e coalizões para influenciar decisões políticas e moldar transformações sociais.

Essa prática pode se expressar por múltiplos caminhos: desde o lobby junto a tomadores de decisão até campanhas de conscientização pública, passando pela mobilização de comunidades e redes de apoio. O objetivo central é sempre o mesmo: transformar contextos desiguais em realidades mais justas, inclusivas e sustentáveis, garantindo que vozes antes marginalizadas sejam ouvidas nos processos de decisão.

No coração do advocacy está o compromisso com direitos humanos, igualdade e sustentabilidade. Organizações e indivíduos constroem argumentos baseados em dados, pesquisas e narrativas humanas para convencer líderes políticos e a opinião pública. Formam coalizões, estabelecem alianças e buscam consensos que ampliem o alcance de suas causas.

Em 2026, falar de advocacy é falar de carreira, estratégia e futuro. Mais do que pleitear ou solicitar, advocacy significa conquistar espaços de transformação e essa conquista pode definir trajetórias profissionais inteiras, em uma das áreas mais desafiadoras e relevantes do nosso tempo.

Advocacy é muito mais que defender, pleitear, solicitar pedir. É um caminho para a conquista, não só para jogo, mas sim conquista , que vale toda uma carreira!

Daniela Castro – Advocacy: Como a sociedade pode influenciar os rumos do Brasil

O que é advocacy? Mercado de Trabalho

O mercado de trabalho em advocacy cresceu de forma consistente na última década e nos próximos anos deve se consolidar como uma das áreas mais dinâmicas dentro das Relações Governamentais e dos Assuntos Públicos. Se antes estava mais associado a ONGs e movimentos sociais, hoje o advocacy é também um ativo estratégico para empresas, associações setoriais, consultorias, organismos internacionais e até governos locais, todos em busca de especialistas capazes de navegar em ambientes políticos cada vez mais complexos.

Com a internacionalização dos negócios e a interdependência das agendas regulatórias, organizações internacionais passaram a reconhecer que a defesa estruturada de causas é indispensável. Profissionais de advocacy são demandados para garantir espaço de influência legítima, antecipar riscos políticos e regulatórios, e articular coalizões que sustentem mudanças de médio e longo prazo.

Além disso, fatores recentes intensificaram a procura por esses especialistas:

• ESG e sustentabilidade: empresas precisam alinhar sua atuação a políticas ambientais, sociais e de governança, exigindo advocacy técnico para dialogar com governos e sociedade.
• Transformação digital e IA: com novos marcos regulatórios cresce a demanda por profissionais que entendam tanto de tecnologia quanto de compliance e políticas públicas.
• Polarização e crise de confiança: em um ambiente onde instituições são questionadas, o advocacy profissionalizado ajuda a mediar interesses, construir credibilidade e reduzir ruídos.
• Expansão internacional do setor privado brasileiro: empresas que atuam em mercados internacionais necessitam de profissionais capazes de articular estratégias de defesa de interesses além das fronteiras nacionais.

Áreas de Atuação em Advocacy

O campo do advocacy é amplo e interdisciplinar. Profissionais da área encontram oportunidades em múltiplos setores, conectando sociedade civil, governos, empresas e organismos internacionais. Cada área exige repertórios específicos, mas todas compartilham o mesmo objetivo: influenciar políticas públicas e gerar impacto social positivo.

Principais áreas de atuação

• Direitos Humanos e Inclusão
  Defesa de direitos fundamentais e combate à discriminação em todas as suas formas: gênero, raça, etnia, orientação sexual e liberdade de expressão. Inclui pautas como diversidade no trabalho, igualdade de oportunidades e justiça de transição.
• Meio Ambiente, Clima e Sustentabilidade (ESG)
  Advocacy em torno da agenda climática global, transição energética, conservação da biodiversidade, economia circular e regulamentações ambientais. Empresas e ONGs disputam espaço estratégico neste campo.
• Saúde Pública e Bem-Estar Social
  Políticas de acesso universal à saúde, saúde mental, campanhas de prevenção, combate a pandemias e fortalecimento do SUS e de sistemas internacionais de saúde.
• Educação e Conhecimento
  Reformas educacionais, promoção da educação inclusiva e acessível, inovação no ensino digital e defesa da ciência e da pesquisa acadêmica como bens públicos.
• Política e Governança Democrática
  Transparência, integridade pública, combate à corrupção, reforma política, participação cidadã e defesa da democracia em ambientes polarizados.
• Desenvolvimento Econômico e Inovação
  Promoção de políticas de desenvolvimento sustentável, apoio a micro, pequenas e médias empresas, inclusão financeira e advocacy voltado ao empreendedorismo social e tecnológico.
• Justiça Social e Igualdade
  Redução das desigualdades sociais e econômicas, fortalecimento dos direitos trabalhistas, políticas redistributivas e apoio a movimentos de base.
• Direitos dos Animais e Bem-Estar Animal
  Mobilização em torno da proteção animal, combate a práticas cruéis e incentivo a modelos de consumo éticos e sustentáveis.
• Tecnologia, Privacidade e Inteligência Artificial
  Advocacy sobre regulação da internet, proteção de dados pessoais (LGPD e marcos internacionais), governança de IA, ética algorítmica e liberdade digital, uma das áreas em mais rápida expansão no mercado internacional.
• Artes, Cultura e Patrimônio
  Defesa da diversidade cultural, financiamento público e privado para as artes, liberdade de expressão artística e acesso democrático à cultura.
• Refúgio, Migração e Direitos Humanitários
  Garantia de políticas de acolhimento e integração, combate à xenofobia, defesa do direito internacional dos refugiados e construção de narrativas inclusivas.
• Segurança Alimentar e Agricultura Sustentável
  Advocacia por sistemas alimentares resilientes, apoio à agricultura familiar, combate à fome e promoção de dietas saudáveis.

O Perfil do Profissional de Advocacy em 2026

O mercado de advocacy em 2026 valoriza profissionais que unam formação interdisciplinar, visão estratégica e credibilidade ética. Não basta apenas dominar conceitos teóricos ou técnicas de persuasão: é preciso navegar entre diferentes áreas do conhecimento, comunicar-se com clareza e atuar com responsabilidade em ambientes cada vez mais complexos.

Principais características do perfil mais valorizado:

Capacidade de Traduzir Dados em Ação Política
O grande diferencial em 2026 está em transformar relatórios, pesquisas e métricas em argumentos capazes de influenciar decisões. Profissionais com habilidades de storytelling político, que combinam números e narrativas humanas, são os que se destacam em processos seletivos e na prática cotidiana.

Formação Interdisciplinar
Base sólida em Direito, Ciência Política, Relações Internacionais, Comunicação e Economia, com abertura para áreas complementares como Sociologia, Psicologia, Tecnologia e Meio Ambiente. Essa pluralidade de saberes permite interpretar políticas públicas de forma ampla e estratégica.

Habilidades de Comunicação e Negociação
Capacidade de dialogar com diferentes públicos — de parlamentares a líderes comunitários, de executivos a jornalistas — transformando informações técnicas em mensagens políticas claras e convincentes. A negociação ganha destaque em um cenário de polarização, onde construir consensos parciais é diferencial competitivo.

Domínio de Métodos de Análise de Políticas Públicas
Profissionais que sabem mapear atores, processos decisórios, riscos e oportunidades, e que utilizam dados e evidências para embasar suas propostas, são cada vez mais requisitados. Em 2026, cresce o valor de quem alia análise crítica a ferramentas digitais e de monitoramento em tempo real.

Ética, Transparência e Accountability
Em um ambiente em que credibilidade é ativo estratégico, organizações buscam profissionais que prezem pela integridade, saibam prestar contas e atuem dentro das normas de compliance (nacional e internacional, como a LGPD e o AI Act). A confiança, mais do que nunca, é o que legitima a atuação.

Cada uma dessas áreas pode envolver trabalhar com organizações não governamentais (ONGs), instituições de caridade, grupos de advocacia, think tanks, organizações internacionais, agências governamentais ou como parte de movimentos sociais. A capacidade de adaptar habilidades de advocacy a diferentes contextos e causas é uma característica valiosa dos profissionais dessa área.

Disciplinas Fundamentais

Trabalhar com advocacy envolve a promoção de causas, políticas ou ações específicas com o objetivo de influenciar a opinião pública e a tomada de decisões em diversos níveis. Por essa razão, é uma área interdisciplinar que requer conhecimentos de várias disciplinas/áreas do conhecimento. Aqui estão algumas importantes para quem trabalha com advocacy:

1. Ciências Políticas: Fundamental para entender como os governos e os sistemas políticos funcionam, as teorias políticas, a análise de políticas públicas, e como influenciar políticas e processos legislativos.
2. Direito: Conhecimento legal é crucial para compreender as leis, regulamentos e o processo legislativo. Isso inclui a capacidade de analisar como as leis afetam as pessoas e como podem ser alteradas ou defendidas.
3. Comunicação Social: Habilidades em comunicação são essenciais para criar mensagens persuasivas, conduzir campanhas de advocacy, gerenciar relações com a mídia, e utilizar eficazmente as redes sociais e outras plataformas digitais.
4. Sociologia: Compreender como as sociedades funcionam e como as questões sociais afetam diferentes grupos permite aos profissionais de advocacy identificar problemas, mobilizar apoio e promover mudanças sociais.
5. Psicologia: Conhecimentos de psicologia ajudam a entender como as pessoas pensam e se comportam, o que é fundamental para desenvolver estratégias de persuasão e comunicação mais eficazes.
6. Economia: Compreender os princípios econômicos é importante para analisar as implicações econômicas de políticas públicas e para argumentar a favor ou contra determinadas políticas com base em seus impactos econômicos.
7. História: Conhecer a história ajuda a entender o contexto de determinadas políticas e movimentos sociais, bem como a aprender com estratégias de advocacy do passado.
8. Gestão e Liderança: Habilidades em gestão são cruciais para organizar campanhas de advocacy, liderar equipes, gerir recursos e planejar estrategicamente.
9. Ética: Compreender questões éticas é fundamental para garantir que as estratégias de advocacy sejam conduzidas de maneira responsável e sustentável.
10. Tecnologia da Informação: No mundo digital atual, conhecimentos sobre como utilizar tecnologias de informação e comunicação podem amplificar mensagens e alcançar um público maior.
11. Saúde Pública (para advocacy em saúde): Conhecimento específico sobre questões de saúde, políticas de saúde pública e sistemas de saúde é crucial para aqueles que trabalham com advocacy na área da saúde.

Essas áreas não são exclusivas e, dependendo do foco específico do trabalho de advocacy, outras disciplinas também podem ser relevantes. A interdisciplinaridade é uma característica chave do advocacy, exigindo uma ampla compreensão de vários campos para ser eficaz na promoção de mudanças.

Habilidades Essenciais para Profissionais de Advocacy

Para responder a pergunta “o que é advocacy”, podemos avaliar também as habilidades necessárias para o profissional que prentende trabalhar com o tema.

Além do conhecimento acadêmico, os profissionais de advocacy precisam desenvolver uma série de habilidades para ter sucesso em suas carreiras. Entre essas habilidades estão a capacidade de comunicação persuasiva, negociação eficaz, análise crítica, pensamento estratégico, networking e resolução de problemas. A capacidade de trabalhar em equipe e adaptar-se a diferentes contextos culturais e políticos também é fundamental para se destacar nesse campo altamente competitivo.

Dicas para uma Carreira como Analista de Advocacy:

1. Educação e Formação: Busque uma educação sólida em áreas como direito, ciência política ou relações internacionais para desenvolver uma base de conhecimento essencial.
2. Estágios e Experiência Prática: Procure oportunidades de estágio ou trabalho voluntário em organizações relacionadas ao advocacy para ganhar experiência prática e desenvolver suas habilidades.
3. Networking: Construa uma rede sólida de contatos profissionais em sua área de interesse, participando de eventos, conferências e grupos de discussão relevantes.
4. Aprimoramento de Habilidades: Aperfeiçoe habilidades essenciais, como comunicação persuasiva, análise crítica e negociação, por meio de cursos, workshops e prática constante.
5. Especialização e Atualização: Mantenha-se atualizado sobre as tendências e desenvolvimentos no campo do advocacy, considerando a possibilidade de especialização em uma área específica.
6. Mentoria: Procure mentores ou profissionais experientes que possam oferecer orientação e conselhos valiosos sobre sua carreira em advocacy.
7. Engajamento Cívico: Demonstre seu compromisso com questões sociais e políticas relevantes por meio do envolvimento em atividades cívicas e de defesa de causas.

Seguindo essas dicas, você estará bem preparado para iniciar e progredir em uma carreira gratificante como analista de advocacy.

Livros Advocacy:

• Kit de Ferramentas de Advocacy 
• Como defender sua causa: Potencialize seu impacto com pensamento estratégico

Em resumo, o advocacy desempenha um papel vital no mundo dos negócios internacionais, influenciando políticas, moldando a opinião pública e promovendo mudanças significativas.

Para os indivíduos interessados em seguir uma carreira em advocacy, é essencial adquirir uma sólida formação acadêmica, desenvolver habilidades essenciais e estar preparado para enfrentar os desafios dinâmicos e multifacetados desse campo emocionante e impactante.

Curso de Relações Governamentais & Advocacy

O curso de Relações Governamentais é projetado para equipar os profissionais com as ferramentas necessárias para navegar no complexo ambiente político e legislativo brasileiro. Com o objetivo de formar especialistas capazes de estabelecer pontes eficazes entre o setor privado, o governo e a sociedade civil, o curso aborda desde o funcionamento das instituições governamentais até as técnicas mais sofisticadas de advocacy e lobbying.