A diplomacia corporativa é uma das possibilidades de atuação profissional dos Analistas de Relações Internacionais que mais tem crescido nos últimos anos – por meio da figura do Diplomata Corporativo. De acordo com a Organização Mundial do Comércio (OMC), o volume do comércio mundial do ano de 2019 é quarenta e uma vezes maior em comparação ao número registrado em 1950. Essa evolução pode ser traduzida no crescimento da internacionalização de empresas e em uma maior complexidade de relações entre atores diversos.
A tomar em consideração esse contexto, as corporações e outros tipos de agentes econômicos não-estatais precisam empregar ferramentas que os auxiliem na garantira e na representação dos seus interesses, e no gerenciamento de seus riscos como protagonistas na dimensão internacional. É nesse sentido que a figura do diplomata corporativo está inserida. Diante desse panorama, foram listadas cinco habilidades importantes para que o diplomata corporativo possa construir ou ajudar a formar estratégias de negociação em empresas internacionais.
1. Negociar com muitas partes
O diplomata corporativo precisa lidar com uma gama extensa de atores que estão envolvidos nas atividades da corporação que representa. Esses atores são conhecidos como stakeholders: são funcionários, clientes, acionistas, empresas concorrentes, fornecedores, autoridades políticas, representantes de grupos de pressão, ONGs, governos etc. Na identificação das partes que interagem com o negociador, o analista de relações internacionais precisa classificar os atores envolvidos nas negociações de acordo com: a) o poder político, b) os interesses (conflituosos ou não) e c) se adotam uma posição de combate ou de cooperação.
2. O diplomata corporativo precisa ter o olhar aguçado para o internacional
O diferencial do analista de RI como representante de uma empresa no exterior é justamente ter as habilidades de compreender as muitas variáveis presentes no sistema internacional e, a partir delas, tomar as melhores decisões. Durante a negociação, o diplomata corporativo precisa estar atento às práticas dos atores participantes, aos cenários políticos e econômicos dos países envolvidos e aos possíveis impactos dos conflitos no processo de negociação, e também precisa saber as formas pelas quais os principais departamentos dos governos envolvidos nas negociações funcionam. Para isso, é necessário investigar os históricos de negociações desses Estados, o que dará mais dicas sobre os caminhos pelos quais o diplomata empresarial poderá percorrer.
3. Conhecimento estratégico
O desenvolvimento do pensamento estratégico deve ser um dos principais objetivos dos responsáveis pela negociação de uma corporação em âmbito internacional. Tal como os estrategistas das guerras entre Estados, o negociador deve procurar pelos melhores caminhos e traçar os melhores planos para atingir os resultados desejados pela corporação que representa. Mais ainda, deverá considerar a possibilidade de agir em conjunto com o corpo diplomático do seu país de origem sempre quando for necessário, de maneira a aumentar o poder de barganha durante a negociação. Como parte do conhecimento estratégico, também é preciso gerenciar as crises ocorridas no desencadear da negociação, de forma a tomar as melhores decisões e assim mitigar os efeitos negativos que possam surgir.
4. Comunicação e negociação política
Para defender os interesses da empresa, nas interações oficiais e privadas existentes nas negociações com líderes e oficiais de governo, o diplomata corporativo precisa saber uma série de procedimentos. Os representantes internacionais precisam ter ciência sobre como gerenciar as relações com a mídia e outros canais de comunicação. Sobre a participação da sociedade civil, é preciso levar em consideração os grupos de pressão que podem ser hostis quanto às atividades da empresa. Além disso, dado o caráter multilateral das negociações, o diplomata corporativo precisa se atentar sobre os procedimentos e ritmos que existem nos regimes internacionais que guiam o processo de negociação entre organizações.
5. Perspectiva multicultural
Graças à diversidade do ambiente internacional, o diplomata corporativo precisa ter afinidade e aprender lógicas de governança e práticas culturais que são diferentes em relação às de seu país de origem. Grande parte dos problemas encontrados por empresas internacionais se dão em ambientes culturais, políticos e legais bastante diferentes daqueles da matriz da companhia. Dadas as diferenças do mundo, o diplomata corporativo também irá lidar com culturas que possuem seus próprios métodos de negociação e, por isso, precisa ser empático para poder ter sucesso na sua empreitada.
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