A análise de Política Externa é uma competência única e valorizada, pois ao entender as intenções de um ator (empresa, país, organização, etc.), você tem condições de criar estratégias próprias tanto para se proteger quanto para explorar as parcerias.
A política externa de um país, também tratadas como relações externas, relações exteriores ou assuntos externos, consiste em estratégias de ação e condução definidas pela burocracia e por especialistas de um Estado com o intuito de alcançar os interesses nacionais. Então há uma Política Externa Brasileira, em grande parte um conjunto de propostas elaboradas pelo poder executivo nacional através do Ministério das Relações Exteriores, mas isso não representa os interesses de uma empresa, podendo ter o papel contrário. Definidos os interesses, o corpo diplomático junto com outras entidades elabora estratégias de ação e trabalho no campo da política externa, seja em ações no campo tecnológico, econômico, regional, cultural ou simplesmente político.
Para entender as ações no campo internacional de um país ou de outra instituição, é realizado um complexo estudo das estratégias adotadas por meio de análise de discurso, de documentos, das ações políticas, das alianças, entre outras. A análise de Política Externa é uma competência única e valorizada, pois ao entender as intenções de um ator, você tem condições de criar estratégias próprias tanto para se proteger quanto para explorar as parcerias. Nota-se uma maior importância e procura por parte das empresas e ente subnacionais para a definição de estratégias próprias — sendo a política externa não exclusiva de um Estado, podendo uma cidade, como São Paulo, uma empresa, como a Petrobras, ou uma organização internacional, como a União Europeia, desenvolver as suas.
A Política Externa é entendida por alguns especialistas e parte da sociedade como algo aparte da realidade política interna, o que é meia-verdade. De certa forma há um distanciamento, pois as relações entre Estados tendem a levar maior tempo para serem desenvolvidas e costumam durar mais tempo que um mandato presidencial. Há no campo uma afirmação que reflete essa realidade: “os governos passam, os Estados ficam”. A estabilidade do sistema internacional é um dos objetivos da ação da política externa de muitos Estados, em especial para preservar seus recursos estratégicos e garantir suas existências.
Elaboração de Política Externa
A elaboração da política externa de um país está ainda centrada na alta política e nos governos centrais, não refletindo necessariamente os interesses do todo. Mas, nos últimos anos, por meio da difusão das telecomunicações, maior integração entre as cadeias produtivas locais com o global, com o maior contato entre povos e culturas, há uma crescente procura pela diversificação da agenda de política externa e pressão de diferentes grupos de interesses. Isso torna a elaboração complexa e complicada de ser sintetizada em uma única estratégia que agrade aos interesses díspares.
O processo de elaboração da política externa precisa levar em consideração os canais e os recursos disponíveis para alcançar os objetivos. Hoje é comum países, até mesmo de diferentes continentes, somarem esforços através da cooperação, compartilhamento estruturas e de recursos. Geralmente, a criação de política externa é tarefa do chefe de governo e do ministro das Relações Exteriores (ou equivalente), sendo necessário empregar um corpo diplomático e de alto comissários qualificados para conduzir a política externa.
Definido a política externa, o maior trabalho se dá na implementação das diretrizes para os objetivos declarados. Especialistas vão conduzir novos estudos para identificar a política de outros países e instituições, vão harmonizar as metas distribuídas entre diferentes agências do governo por meio de reuniões, compartilhamento de estrutura e pessoal.
Política Externa – regimes políticos
A formação dos Estados e também a capacidade de outros atores projetarem suas políticas variam sobremaneira. Uma micronação vai ter recursos e interesses limitados comparados à a uma multinacional, como por exemplo com Exxon Mobil, Petrochina ou Petrobras, por exemplo.
Algumas democracias vão ter influência do legislativo na consecução da política externa, tendo que internalizar normas e aprovar os atos do poder executivo, assim como já ocorre no âmbito da política nacional. Estados com um único poder, um regime ditatorial, vão desconsiderar ou controlar o legislativo, tendo esses um papel fraco na política externa.
As eleições de um país ou alterações na composição do conselho da empresa, entre outras mudanças, podem alterar o curso da política externa, mesmo em áreas marcadas pela estabilidade, em especial quando novas lideranças chegam com novas metas e diferentes visões sobre os interesses nacionais e corporativos.
A política externa tende a ser pragmática e refletir os interesses nacionais, com governos inclinados aos ganhos econômicos, mas há alianças e posicionamentos históricos que não vão alterar, exceto a opinião nacional converja para uma mudança. A agenda de política externa, em especial dos países e atores com recursos de poder limitados, tende a ser influenciada pela das grandes potencias, isso era mais nítido no período da Guerra Fria, mas ainda é possível observar em alguns contextos.
Minha empresa precisa de política externa?
A política é uma ação contínua e reiterada, não se considera os movimentos esporádicos e espontâneos. Empresas com interesses definidos, em especial nas áreas onde a política internacional pode exercer maior influência, como setor da saúde, do turismo, da alta tecnologia, etc., vão precisar elaborar diretrizes e preparar o quadro executivo para a defesa dos interesses empresariais.