O que é preciso para ser diplomata? A carreira de diplomata é uma das mais prestigiadas e cobiçadas do serviço público, sendo um dos concursos mais concorridos e exigentes em termos de preparação.
Os diplomatas representam o Brasil no exterior, negociando tratados, promovendo os interesses nacionais, e protegendo os cidadãos brasileiros no exterior. Eles trabalham em embaixadas, consulados e missões permanentes junto a organizações internacionais. A importância dessa profissão reside na capacidade de influenciar relações internacionais, promover a paz, o comércio e a cooperação entre nações.
Muitos buscam essa carreira pela oportunidade de viajar, conhecer diferentes culturas, e contribuir diretamente para a imagem e os interesses do Brasil no mundo. Além disso, a estabilidade, o prestígio e as oportunidades de desenvolvimento profissional fazem da carreira diplomática uma opção atraente para muitos.
Mas quem pode ser diplomata? Qual graduação é preciso cursar?
Requisitos Básicos para Investidura no Cargo de Diplomata
No último edital do Concurso de Admissão à Carreira de Diplomata (CACD), os requisitos básicos para ser qualificar para o no cargo foram:
- Nacionalidade: Ser brasileiro nato, conforme o art. 12, § 3º, inciso V, da Constituição Federal e o art. 36 da lei nº 11.440/2006.
- Direitos Políticos: Estar no gozo dos direitos políticos.
- Serviço Militar: Estar em dia com as obrigações do Serviço Militar, para os candidatos do sexo masculino.
- Obrigações Eleitorais: Estar em dia com as obrigações eleitorais.
- Formação Acadêmica: Apresentar diploma de conclusão de curso de graduação de nível superior, emitido por instituição de ensino credenciada pelo Ministério da Educação (MEC). No caso de a graduação ter sido realizada em instituição estrangeira, cabe ao candidato apresentar a revalidação do diploma exigida pelo MEC, conforme o art. 48 da lei nº 9.394/1996. Importante: qualquer curso de graduação de nível superior é válido.
- Idade Mínima: Ter idade mínima de 18 anos.
- Aprovação no Concurso: Ter sido aprovado no concurso.
- Aptidão Física e Mental: Apresentar aptidão física e mental para o exercício das atribuições do cargo, verificada por meio de exames pré-admissionais, conforme o art. 14, parágrafo único, da lei nº 8.112/1990, e suas alterações.
Ao se inscrever no CACD, o candidato declara estar ciente e aceitar que, em caso de aprovação, deverá entregar os documentos comprobatórios dos requisitos exigidos para o cargo. O atendimento a cada um dos requisitos é de responsabilidade exclusiva do candidato.
Salário e Etapas da Carreira de Diplomata Público no Brasil
A carreira diplomática no Brasil é dividida em várias etapas, cada uma com responsabilidades e remunerações específicas:
- Terceiro Secretário: Esta é a posição inicial na carreira diplomática. O salário inicial gira em torno de R$ 19.000,00. As responsabilidades incluem auxiliar em tarefas administrativas, preparar relatórios e acompanhar eventos internacionais.
- Segundo Secretário: Após alguns anos de experiência e promoção, o diplomata alcança o cargo de Segundo Secretário. O salário pode chegar a aproximadamente R$ 20.000,00. As tarefas envolvem maior participação em negociações e representações diplomáticas.
- Primeiro Secretário: Com mais tempo de serviço, o diplomata pode ser promovido a Primeiro Secretário, com um salário em torno de R$ 22.000,00. As responsabilidades aumentam, incluindo a liderança de equipes e a gestão de projetos internacionais.
- Conselheiro: Este é um cargo sênior com salário aproximado de R$ 24.000,00. Os conselheiros desempenham papéis estratégicos nas embaixadas e consulados, participando ativamente de negociações e elaboração de políticas.
- Ministro de Segunda Classe: Com mais experiência, os diplomatas podem ser promovidos a Ministro de Segunda Classe, recebendo cerca de R$ 26.000,00. As responsabilidades incluem a supervisão de setores importantes e a tomada de decisões estratégicas.
- Ministro de Primeira Classe (Embaixador): O topo da carreira diplomática é o cargo de Ministro de Primeira Classe, ou Embaixador. O salário pode ultrapassar os R$ 30.000,00. Os embaixadores representam o Brasil em outros países, lideram as missões diplomáticas e desempenham papéis críticos na política externa do país.
Quais graduações cursar? Qual seria a faculdade de diplomacia?
Embora não haja uma graduação específica que seja obrigatória para se tornar diplomata, algumas áreas de estudo são mais comuns entre os aprovados no Concurso de Admissão à Carreira de Diplomata (CACD).
Graduações Mais Comuns
- Direito: A maioria dos aprovados no CACD vem de cursos de Direito. Esta graduação é altamente valorizada devido à formação sólida em áreas como direito internacional, constitucional e administrativo, que são fundamentais para o trabalho diplomático. Além disso, o curso de Direito desenvolve habilidades de argumentação, análise crítica e interpretação de textos legais, todas essenciais para um diplomata.
- Relações Internacionais: Outra graduação comum entre os aprovados é Relações Internacionais. Este curso oferece uma preparação direta para a carreira diplomática, com foco em política internacional, economia global, direitos humanos e negociação. Os estudantes de Relações Internacionais estão familiarizados com as dinâmicas das relações entre países e organizações internacionais, o que é uma grande vantagem para quem deseja ingressar no Itamaraty.
Diferenciação Entre Direito e Relações Internacionais
- Direito:
- Foco: Leis e regulamentações, direito internacional, processos judiciais.
- Habilidades Desenvolvidas: Argumentação jurídica, interpretação de normas, resolução de conflitos legais.
- Vantagens na Carreira Diplomática: Forte base em legislação, capacidade de lidar com aspectos legais das relações internacionais.
- Relações Internacionais:
- Foco: Política externa, organizações internacionais, comércio internacional.
- Habilidades Desenvolvidas: Análise política, negociação diplomática, compreensão das dinâmicas globais.
- Vantagens na Carreira Diplomática: Conhecimento direto das práticas diplomáticas, habilidades em negociação e mediação internacional.
Outras Graduações Relevantes
Além de Direito e Relações Internacionais, outras graduações também são válidas e podem oferecer uma boa base para a carreira diplomática:
- Economia: Conhecimento em economia internacional, políticas econômicas e comércio exterior.
- Ciências Políticas: Entendimento das teorias políticas, sistemas de governo e análise política.
- Administração Pública: Gestão de políticas públicas, administração de organizações governamentais.
Dicas para quem pretender ser diplomata público
Além dos requisitos formais, existem outros aspectos importantes que podem ser úteis para quem almeja a carreira diplomática:
- Conhecimentos Linguísticos: O domínio de idiomas estrangeiros, especialmente inglês, espanhol e francês, é altamente valorizado. Os diplomatas frequentemente precisam atuar em ambientes internacionais onde a fluência em línguas estrangeiras é crucial.
- Habilidades de Comunicação: Excelente capacidade de comunicação oral e escrita é fundamental. Diplomatas representam o país em negociações, eventos e reuniões, onde a clareza e a persuasão são essenciais.
- Capacidade de Adaptação e Flexibilidade: A carreira diplomática envolve mudanças frequentes de país e adaptação a diferentes culturas e contextos. Ser flexível e ter uma boa capacidade de adaptação são características importantes.
- Conhecimentos em Relações Internacionais: Embora não seja obrigatório ter uma formação específica em Relações Internacionais, um bom entendimento das dinâmicas internacionais, política externa, economia global e direitos humanos pode ser extremamente vantajoso.
- Resiliência e Inteligência Emocional: A vida de um diplomata pode ser exigente e, por vezes, estressante. Ter resiliência e inteligência emocional para lidar com situações desafiadoras e tomar decisões sob pressão é uma habilidade valiosa.
- Formação Continuada: O aprendizado contínuo é uma realidade na carreira diplomática. Participar de cursos, seminários e treinamentos para atualizar conhecimentos e desenvolver novas competências é parte do trabalho.
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Conclusão
Para se tornar um diplomata, é necessário atender a uma série de requisitos formais e desenvolver competências adicionais que são cruciais para o sucesso na carreira. Além de cumprir os requisitos legais, investir em habilidades linguísticas, comunicação, adaptabilidade e conhecimento em relações internacionais pode fazer uma grande diferença.
Se você tem o desejo de representar o Brasil no exterior e contribuir para a política externa do país, prepare-se bem e dedique-se ao cumprimento dos requisitos e ao desenvolvimento das competências necessárias. Boa sorte na sua jornada!